sábado, 30 de maio de 2020

E os milhões de Bruxelas?



Para já, ainda não há. São apenas um processo de intenções que não colhe grande simpatia entre alguns dos Estados-Membros. Os frugais não querem sustentar os vícios dos, outrora, pigs e, depois, há alguns que se esforçam (ou fingem, toda a gente sabe como, às vezes, é preciso) por encontrar pontes de entendimento e, no caso em apreço, recuperar alguma da nobreza desse projecto europeu de que beneficiam até (às vezes, principalmente) os que o desprezam com esmerado nojo.
Dito isto, que não interessa nada, tendo a concordar com o Miguel Sousa Tavares, meio a sério, meio a brincar: e “uma união dos países do Sul da Europa mais os do Norte de África, e os ricos que fossem à sua vida. A primeira medida que a “minha” União faria era instituir um imposto altíssimo a qualquer cidadão dos ricos do Norte que quisesse entrar no Sul. “Querem vir ao Club Med, ver o sol, embebedar-se nas nossas esplanadas,querem ver se somos infelizes? Paguem, paguem caro!”. O que também não interessa nada. E, nada por nada, até há um nadinha de verdade quando nos acusam de mal-empregar dinheiros de Bruxelas. Sabemos que a memória é curta, mas, se fizermos um esforço, chegamos lá. Por exemplo, à proliferação de cursos de formação sobre coisa nenhuma, na proporção de taxas e tachos a distribuir, mais os quilómetros de auto-estradas redundantes e vazias cuja inutilidade o Estado se encarrega de compensar na forma dos nossos impostos, e por aí fora, sem esquecer os comboios e respectivas linhas e os demais et ceteras com que Miguel Sousa Tavares – hoje deu-me para isto – entreteve, há anos, uma amiga estrangeira, no correr duma viagem, não sei se reais, se imaginadas. A viagem e a amiga. Já o absurdo que ali se descreve ali é bastante real. De modo que, se realmente chegarem milhões de Bruxelas, a ver se, desta vez, os gastamos menos pornograficamente, e não me refiro às mulheres do senhor Dijsselbloem. De resto, também concordo com a generalidade do que se escreveu aqui (e eu a dar-lhe). E é bom que comecemos a ser mais exigentes com os políticos que nos governam e que gerem o nosso dinheiro, se não queremos continuar a ser chamados a pagar os vícios do(s do) costume. Dizem que somos um povo manso, mas, até os mansos têm o seu momento de revolta e, normalmente, tende para um lado mais sinistro.