sexta-feira, 14 de novembro de 2025


Eu também gosto de ti, ó chuva, mas, o que ontem me manteve encerrada mais de vinte minutos no carro estacionado, não eras tu, não era chuva.

Desisti, voltei para casa e reorganizei a minha agenda.

A avenida por onde passo todos os dias coberta por um lençol de água lamacenta. Subia-se e descia-se em cortejo, lentamente, cegamente, gente amontoada nas paragens de autocarro minúsculas para dilúvio tamanho, um lago castanho à porta da escola vazia, a sirena próxima de um carro de bombeiros rasgando o pranto aceso daquele céu de fim de mundo.

Não me sai da cabeça o casal de velhos, afogados no próprio quarto, a água devorando a casa que habitavam há quarenta anos.


quinta-feira, 13 de novembro de 2025

 

É verdade, a BBC, com o seu documentário infelizmente editado, não mostra um Donald Trump muito diferente daquele que instigou "patriotas" a assaltar o Capitólio. Daí que tudo me pareça tão nonsense: porquê, para quê, sabendo que aos mentirosos histerico-narcisistas compulsivos basta meia gota de água para fazer transbordar um copo vazio? Vinte e seis artigos da BBC a bater na BBC não redimem a BBC; não quando a "vítima" é um transgressor adorado por meio mundo, vingador e vingativo, aglutinador de todas as nossas amoralidades. É perverso. A própria tentativa de correcção alimenta o monstro, é da mais básica psicologia. Ou psicopatia… 




Stanislaw Szukalski


Struggle, por falar em "jóias escondidas" na Netflix. (E gosto da Bárbara Reis).







quarta-feira, 12 de novembro de 2025

 

Gosto do beijo e das florestas de Klimt.











https://wikioo.org/pt/


terça-feira, 11 de novembro de 2025

O Feiticeiro Oz

 


Não deixa de ser extraordinário, embora Oz Pearlman fosse incapaz de adivinhar, numa primeira vez, uma perfeita estranha, que a minha professora de matemática de décimo ano se chamava Balbina Cavalheiro Gomes, usava um ponteiro de aço para apontar teoremas com rigor militar, tratava-nos pelo número da caderneta, nunca pelo nome, excepto o Nuno, que se sentava atrás de mim, enrolava nos dedos o meu cabelo de seda e era o único capaz de tirar do sério a professora Balbina. Ou que adoro as maçãs vermelhas que me trouxeste, de um vermelho liso, líquido, tão pecaminoso que nem as lagartas do pomar se atrevem a violar.


 

É aceitável ter um deputado a atirar beijos a outra (ou outro, era para Rui Tavares, não era?) deputada, a mandá-la calar e, a outra, para a sua terra? Não devemos chamar desprezíveis aos desprezíveis? Aturar aquilo é ser “democrata”? 

É verdade, já tivemos os corninhos e a sessão de manicure, mas, não tarda nada, temos os democratas do Ventura a cuspir para o mui nobre chão da Assembleia da República, e a aliviarem-se contra as paredes. Parece absurdo, mas o absurdo é superlativo.


segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Frankenstein

 


Depois do livro – devida vénia a Mary Shelley –, continuo a preferir o de Francis Ford Coppola…




domingo, 9 de novembro de 2025


"O piano não se toca com as mãos, mas com o corpo todo. E o corpo tem uma influência brutal na forma como fazemos vibrar a corda. É preciso saber como funciona o corpo. Como um desportista. Como um bailarino."





Tão boa, esta entrevista.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

 



António Guerreiro, jornal PÚBLICO
 

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Teremos sempre Nova Iorque


Não sei quem é Zohran Mamdani antes de o novo mayor de Nova Iorque, mas, se desafia Donald Trump, parece-me bem. O mundo pula e avança pelo sonho dos homens, e o que é o sonho de uma criatura sem uma pequena dose de loucura. Mamdani agora, Gavin Newsom em 2028, admitindo que Trump resiste até 2028, tudo o que possa revolver as entranhas do rei. Irritar, contrariar, recusar. Não temos nada disto. A nossa rebeldia agoniza entre votos de protesto, explicam-me, num partido de arruaceiros incontinentes (não chamem extrema-direita àquilo), e o regresso do sebastião Pedro Passos Coelho. Até lá, aceitamos sem sobressalto um governo de gente medíocre, liderado por um primeiro-ministro incapaz de despir aquele sorriso cínico desde que viu validada nas urnas a sua habilidade tão portuguesa. Portugal ficou mais Portugal. O advogado de José Sócrates virou (virou?) as costas ao “julgamento a brincar”, esquecendo que o país é a brincar, e só por isso ele e o seu ex-cliente podem exibir com gozo, impunes, a sua imensa desfaçatez.

Viva Zohran Mamdani.