“El año que viene se cumplen 50 años
(supuestamente) que el hombre pisó la Luna. Estoy en una cena con amigos...
discutiendo sobre ello. Elevo la tertulia a público! Creéis que se pisó? Yo
no!”; palavra de Iker
Casillas, que não (?) acredita que o Homem tenha chegado a ir à Lua. Nos
la colaron…Confesso que, mesmo para futebolista, é imbecil de mais. Mas,
deve ser defeito meu, porque parece que há mais de 40% (entre os que respoderam ao "desafio") de
outros imbecis a concordar com o Iker e, desconfio, nem todos jogam à bola.
Donald Trump também não acredita no aquecimento global.
Há quem não acredite que a Terra é redonda. E, aparentemente, cresce o número
de pais e mães que não acreditam na vacinação dos filhos como forma de os
proteger de doenças graves.
No caso de Iker Casillas – e, apesar dos futebolistas, em
geral, não serem reconhecidos pela grande inteligência, de facto – imagino que
ele esteja só de broma. Para ocupar o tempo. Uma espécie de deixem
lá ver quantos parvos caem nisto. E, assim, chegámos ao direito à
liberdade de expressão. Essa “liberdade de expressão” baseada em palpites
de gente semi-famosa, ou em artigos pseudocientíficos entretanto provados como
sendo autênticas fraudes, mas a quem é que isso interessa?
Todo o indivíduo tem direito à
liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser
inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão, assim diz o artigo 19º da Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Tal-qual! Não há, ali, nadinha que impeça um indivíduo
ignorante de propagar a ignorância. A democracia tem destas coisas…O livre
arbítrio ao serviço da boçalidade impingida pelas modas das redes
sociais, servido em todas as variantes e para todos os gostos, em bandejas de
luxo, perdão, de lixo, dos que estarão sempre à mercê desses admiráveis influencers (principalmente)
do mundo virtual.
Para os adeptos das diferentes teorias da conspiração, ao melhor estilo Matrix, repetir uma mentira muitas vezes, ou nem por isso, é quanto basta para torná-la verdade absoluta. A ciência é uma patranha; um logro sofisticado e maquiavélico com o único objectivo de domar a humanidade e vergá-la aos interesses económicos das diferentes indústrias. Os iluminados há muito tomaram o comprimido vermelho e libertaram-se das garras do conhecimento científico para se entregaram aos hunches do momento. Os outros, os que acreditam em factos e que discutem com base em factos, permanecem, coitados, ligados à máquina e submersos nas mais densas trevas…