“Quem é que paga e quanto é que custa”, (ajudar a salvar
uma vida), perguntou, insistentemente e em directo, o jornalista da Sic,
Rodrigo Pratas, terça-feira à noite, ao Secretário de Estado da Protecção
Civil, José Artur Neves. Face à manifesta falta de vontade e desconforto do
visado em responder à questão, naquele contexto, o jornalista puxou da legitimidade daquela.
Os jornalistas têm o inequívoco e incontestável dever de
interpelar o poder político, e outros, em relação a todos os temas que dizem
respeito à gestão dos cargos exercidos, pagos com dinheiros públicos (de nós
todos, portanto!) e, particularmente, no que se prende com gastos e custos,
pois com certeza! E, claro, o nosso direito à informação plena e detalhada não
deve compadecer-se com incómodos dos interpelados, ora essa! A
pergunta é, por isso, legítima. E oportuna, é? Naquele dia?
Teria adorado ver tanta assertividade, tanta transparência e firmeza, por parte da imprensa, em geral, e dos jornalistas, em particular, nas várias entrevistas a tipos como Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, António Mexia e tantos outros que por aí pululam, onde a legitimidade de perguntar e o direito à informação esbarram, tantas vezes, com a deferência patética e a quase vassalagem a quem se julga à margem do justo escrutínio…Talvez, Rodrigo Pratas ainda não tenha tido essa oportunidade.