quinta-feira, 22 de junho de 2023

 





Do mundo que ainda vou compreendendo.


sexta-feira, 16 de junho de 2023

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Enchi de anotações e sublinhados o meu “A Biblioteca de Estaline”, de Geoffrey Roberts. Tenho esse (dizem alguns que) péssimo hábito: o de rabiscar, sublinhar, circular, anotar quase tudo o que leio – deformação profissional, como diria uma amiga.

A dada altura do livro descobri que o leitor ávido, ácido e apaixonado que era Estaline – “um dos ditadores mais sanguinários da História”, tal como é apresentado logo na introdução, se dúvidas houvesse sobre o seu legado – tinha vícios de leitura semelhantes aos meus e a tanta outra dessa gente incapaz de ler de mãos despidas. Mas, não só anotou, comentou e sublinhou, como preencheu cadernos inteiros com citações, resumos e comentários sobre os livros que lia. Era curioso, atento, intelectual, e sinistro, maligno, perverso. Seria mais confortável que tivesse sido apenas um ditador execrável, uma aberração incapaz de experimentar qualquer característica mais elevada e humana, mas a humanidade é complexa, como só não sabem os tolos.

É um bom livro, bem escrito e bem documentado, uma viagem extraordinária pela mente (ou parte dela) do monstro. E o melhor para ler logo depois desse – que comecei quase por acaso, mas ainda bem – é "As Enviadas Especiais", de Judith Mackrell, a II Guerra Mundial vivida e contada por seis ousadas mulheres correspondentes de Guerra: Martha Gellhorn (mulher e ex-mulher de Ernest Hemingway), Sigrid SchultzVirginia CowlesLee Miller, Clare HollingworthHelen Kirkpatrick.


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Primeiro, o ar fechou-se num vento simétrico incapaz de desarrumar um pensamento. Depois, choveu um fim de Maio morno, em filigrana verde, do verde mais fresco dos ramos mais verdes das árvores mais altas. Choveu solenemente, como notas de música numa melodia rara, e a terra encheu-se de fragrâncias sem tempo contado, de odores insurretos; cheira a antes e a agora, a passado presente, a futuro imperfeito, a destino escrito nas linhas da mão.