terça-feira, 27 de julho de 2021

Tão Bom!

 


Ou Bem Bom, como queiram. Um produto de ficção livremente baseado em factos reais. Doce, doce, numa realidade acre, como eu já tinha lido.

Não sei há quanto tempo não ia ao cinema. Muito antes do primeiro encarceramento, coisa que me parece já ter ocorrido há, pelo menos, duas vidas. E quando começaram a reabrir as salas de espectáculos – cinemas incluídos – não me atrevia. Mas quis muito ver o Bem Bom, da Patrícia Sequeira. Além disso, preciso urgentemente de retomar as rédeas da minha vontade, antes que a minha vontade decida empoderar-se, como se diz agora e as Doce assumiram muito antes do seu tempo, e me prive (mais ainda) da minha existência. Desencaminhei uma amiga, de férias como eu, e fomos. Mesmo com o regresso das amaldiçoadas pipocas, que era uma das coisas boas que a pandemia tinha trazido e que eu desejaria perpetuar, se mandasse: banir, definitivamente, as pipocas das salas de cinema. Eu gosto de pipocas, só não gosto de pipocas nas salas de cinema. Que sentido é que faz – no contexto que se conhece, por entre as bizarras regras que se conhece – permitir-se que se coma e beba no interior das salas de cinema? 

Mas valeu a pena. Tão bom, tão bom, neste tempo miserável. Saí com uma alegria de miúda. Da miúda de que ainda me lembro e que ainda me embala em horas sombrias. Apetecia-me cantar a plenos pulmões, com o volume no máximo como os palermas com que, por vezes, me cruzo na estrada, segui-la por mais umas horas, subi-la, sinuosa, sem rumo, esquecida do absurdo dos meses que se arrastam e nos arrastam sem um pingo de misericórdia.

As Doce do filme são igualmente maravilhosas. Os diálogos são fiéis à época de que também me lembro, as zangas surgem imaculadamente exasperantes e exasperadas, os dramas eram aqueles, rigorosamente, e parecem cada vez mais possíveis de ressuscitar ao terceiro ou quarto dia dos tempos modernos. Excepto aquele momento que a Laura ameaça um presidente de câmara de o denunciar nos jornais pela sua falta de palavra e o homem cede, receando o escândalo. Não faço ideia se terá sido assim, mas não seria assim hoje de certeza, já ninguém quer saber de palavra.

Bem Bom não é um documentário, mas podia. Adorei o princípio, o meio e o fim. Sim, era tudo bastante piroso.



segunda-feira, 26 de julho de 2021

Há séculos que não ouvia esta música. 


Há sempre uma memória onde reclinar a cabeça.

domingo, 25 de julho de 2021

 


quinta-feira, 22 de julho de 2021





quarta-feira, 21 de julho de 2021


Stephen Doyle, The Guardian


O caso é que nunca fora talhada para a virtualidade. Para a virtuosidade, se aí se chega, da existência em pantalha, sem rosto, sem cheiro, sem mácula, sem os olhos nos olhos e o vislumbrar da alma crua que se esconde por detrás. O arrebatamento da palavra escrita não isenta o escritor da ignomínia da farsa. Sucumbir à luxúria da prosa e o prosador não passar de um hábil impostor. Mas, na imensidão de um olhar moram todas as luas, cabem todas as preces. Cabe até a nudez urgente das palavras em bruto e o tempo que não cabe em nenhum outro lugar. É certo que também se escreve com os olhos.


terça-feira, 20 de julho de 2021

 

Arquivo do Museu Municipal da Póvoa do Varzim


“o povo era tanto, tanto, tanto, que parecia o barulho do mar”




"Estou ligeiramente acima do que morre"

Daniel Faria

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Para Remissão de Quantos Pecados?




O filme é antigo e, frequentemente, assalta a minha memória, embora só agora me tenha lembrado de que fazem parte do elenco Joaquin Phoenix (que só não venero por embirração com o verbo) e Sigourney Weaver e que o realizador é o mesmo de O Sexto Sentido. Há quem goste, há quem não goste; não sei se ainda se pode dizer assim, sem juízo e sem rancor.

A história gira à volta da vida numa floresta isolada do mundo exterior, à margem de qualquer contacto com a civilização moderna, não exactamente a nossa, mas não muito longe da nossa. Os habitantes são mantidos numa ilha selada à custa de uma espécie de fábula do lobo mau: era uma vez... umas criaturas perigosas, horrendas, que atentarão contra a vida daquele ou daquela que ousar transpor os limites da vila. Usam mantos vermelhos, cravejados de espinhos. O vermelho é a cor proibida, a cor do pecado, a marca indecorosa dos infames.

A farsa montada por alguns dos habitantes mais velhos do grupo resgatou a inocência e os bons costumes e suspendeu no tempo e no medo a vida de alguns eleitos: famílias destroçadas pela dor, empenhadas numa busca idílica pelo Bem, aniquilar a Besta, abolir o pecado do mundo que criaram para si e erguer uma sociedade perfeita, etérea, imaculada. É esta a porta de entrada para a (ir)realidade imaginária e imaginada do filme de M. Night Shyamalan, A Vila, que vi pela primeira vez já lá vão muitos anos. Recorrentemente, a propósito dos vários intentos recentes e menos recentes para embelezar as chagas que fazem parte da História, lembro-me dele. Ou são as estátuas, ou são as torres. Ou os contos infantis, ou os filmes. Ou os autores, ou os livros. Derrubamos, rebaptizamos, apagamos, corrigimos. Para eliminar, dizem, a violência, o sexismo, o racismo, e outro tanto de interpretações instantâneas e avulsas. Já nem há lugar à ironia. Tudo passou a ser literal. Vamos, assim, desinfectando a fundo muito mais do que as mãos e as superfícies comuns, frenéticos, alisando, escrupulosamente e sem desvios, todos os cantos obscuros ou incómodos da Humanidade lida, contada, cantada, vivida, sofrida, um lifting obtuso, prepotente e ignorante, tapando as marcas do tempo à espera de renascermos livres de todos os vícios, de todas as rugas, estéreis e despojados de identidade. Não Matem a Cotovia, o clássico de Harper Lee, volta a sair do currículo: "promove" a ideia do “salvador branco” e é urgente procurar “textos menos problemáticos”. Mas o que isso, afinal, de "textos menos problemáticos"? 

Não se trata de desvalorizar o sofrimento atroz de uns e o abuso criminoso de outros. Há-de haver sempre dos dois, é intrínseco à natureza humana. Seja por cobiça, por ciúme, por vingança, por poder ou, simplesmente, por maldade. Talvez até por amor. Por ódio, indiscutivelmente. O que incomoda sempre e ofende muitas vezes tanto ou mais do que os capítulos mais negros (sim, mais negros) da História, é esta tentativa absurda de infantilizar, de censurar, de apagar, quando o que se impõe fazer é educar, discutir, sarar.  

E talvez tenha lido demasiadas vezes a profecia de Ray Bradbury, ou o confinamento me tenha afectado mais do que imagino, porque tenho andando louca a refazer estantes, a compilar clássicos, a dividir com a minha irmã os livros que temos em casa dos nossos pais e que partilhávamos em miúdas, a comprar histerica e compulsivamente os que me faltam, a ler e a reler, a marcar, a anotar, e ameaço o meu filho de assombrações sinistras – que juro que lhe apareço pálida, mais pálida, à noite, aos pés da cama e outras coisas igualmente impróprias para as idades de ambos – se algum dia depois de mim lhe passar pela cabeça desfazer-se desta espécie de biblioteca que pretendo deixar-lhe à força, incluindo todos os livros de contos infantis proscritos não tarda nada, A Branca de Neve, O Polegarzito, A Bela Adormecida, o Peter Pan e outros que tais. Ele ri-se e diz que eu sou doida e eu fico mais tranquila. Ainda assim, há-de ser – falhadas todas as outras, ainda não sei a derradeira tentativa, a minha derradeira tentativa, de resgatar das malhas tenebrosas desta perfeição postiça a humanidade que me é mais próxima. 

Nem n´A Vila de Shyamalan se livraram do pecado, e é sabido como a vida imita demasiadas vezes a ficção.

O resto do país e do mundo não tem encontrado grande espaço neste espaço. Não é que não pense no que merece ser pensado, mas tenho pensado tanto e tão mal que receio a verbalização da minha ira na forma de texto. Preciso de fingir que acredito que vai ficar tudo bem.




Por vezes, o silêncio é o que de mais precioso tenho para oferecer. No meu silêncio cabe todo o inexprimível. Mas não há outras vozes. Apenas aquela que consinto.

O meu silêncio é doce e denso como a muralha negra de nuvens que, há pouco, se arrastava lá fora, engolindo o mar na penumbra. É macio e macerado. É soberbo e egoísta. Embala-me, entorpece-me, permito-lhe que me encontre e me confunda. Sei que me confundo. Por um momento, sou eu o desespero e a conciliação, a luz e a sombra, a tempestade e o abrigo. Também eu tenho muros por derrubar.

sexta-feira, 16 de julho de 2021



quinta-feira, 15 de julho de 2021

"As pessoas exigem liberdade de expressão para compensar a liberdade de pensamento que usam raramente."

terça-feira, 13 de julho de 2021

"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece. "

Clarice Lispector

O primeiro romance publicado de Marieke Lucas Rijneveld – a jovem, branca, não binária e não adequada tradutora da obra de outra jovem, poeta, negra, não sei de que género – não conta nada “a história de uma família conservadora e muito religiosa do interior rural dos Países Baixos, destroçada pela morte trágica do filho mais velho”. Também não é sobre desassossego. Desassossego é uma palavra belíssima e o belo não se aplica ao livro de Marieke Lucas Rijneveld. Devorei-o. Impressiona-me sempre que alguém tão jovem possa escrever de forma tão violenta e crua. Sobra o quê, depois disso, enlouquece-se por um momento, soma-se um caos interior ao caos dos dias, ou as palavras são só palavras, as histórias são só histórias, escreve-se o que se escreve e passa-se ao capítulo seguinte, porque o escritor é apenas um manipulador e a escrita o embuste que verte das horas que tardam em esvaziar-se?

Não sei quanto de Marieke Lucas Rijneveld deambula por aquelas páginas, mas ela (ele, they ou o equivalente, como prefere?) diz que os pais têm medo de ler o livro. Acredito. E talvez nem seja livro para ler encerrada neste tempo. A não ser por todo aquele que nunca teve ou já perdeu a ilusão do mundo melhor que havia de vir nos braços curados da pandemia.

Na televisão, uma senhora grita contra a ingratidão da família benquista. Como é possível? Luís Filipe Vieira, esse outro grande empreendedor do panorama empresarial português, o homem que agarrou num clube falido e o fez grande outra vez, eleito pela parte que interessa do povo para se sentar no centro da presidência do glorioso e à direita daquele que já foi dono disto tudo, a quem o Benfica deve muito mais do que os dois milhões que esses miseráveis ingratos dizem que o homem roubou ao clube, uma heresia que nem a presunção de inocência que o Pedro Marques Lopes não se cansa de pregar à quinta-feira à noite é capaz de redimir. E a isto se resumem as preocupações do país. Ignorante é a outra senhora antes daquela, a que veio indignar-se porque foi obrigada a ir aos correios liquidar uma dívida de trinta e qualquer coisa cêntimos às Finanças e porque um banco bom insiste em pedir-lhe que resolva outra dívida, esta de dezassete euros na sequência de um qualquer fecho de contas…


Há noites em que a noite cheira a mar. Depois do céu todo o dia barrento, arenoso e baço, as gaivotas voam em círculos excêntricos, evaporando-se de encontro ao pôr-do-sol, sumindo-se em gritos estrídulos, conjurando agoiros. E o cheiro a mar vai subindo de mansinho, na penumbra, como um nevoeiro invertido, até encharcar a noite. É um instante até que a maresia se deixe pousar na minha pele. Gosto do cheiro a mar na minha pele. Alguém escreveu que a pele é um instrumento de cordas. Sou capaz de jurar que era exactamente assim, um instrumento de cordas, mas já não recordo onde li e não voltei a encontrar. É uma definição tão óbvia e tão bela que lamento não ter sido capaz de pensá-la, de enunciá-la antes. Às vezes deixo escapar o óbvio, mesmo que intensamente belo. Pode o belo ser insuportável? Sempre que te ouço falar de saudade sinto-a como se fosse minha. 

segunda-feira, 5 de julho de 2021




"Não sei como dizer-te que minha voz te procura

e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima
— eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
— E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
— não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço —
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave — qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,

que te procuram."

Herberto Helder

quinta-feira, 1 de julho de 2021



"Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio,
e a dor é de origem divina."

 Cecília Meireles

Quem vai rir por último?

Há uma amiga com quem mantenho discussões animadas sobre os Berardos do nosso mundo empresarial, dos banqueiros aos gestores de topo, uns e outros assessorados com devoção devida, às vezes divina, pelos melhores dos melhores advogados, também eles de topo, passando – como não podia deixar de ser – pelo ex-primeiro-ministro Sócrates e os seus apóstolos.

Estamos de acordo em quase tudo, excepto, como é bom de ver, no quase. E é nesse quase que reside o essencial da coisa e dos casos de folhetim mexicano que foram desfilando, em datas memoráveis, pelas comissões de inquérito numa salinha singela do edifício da Assembleia da República Portuguesa.

Em relação a Joe Berardo. Diz a minha amiga que o empresário é menos um vigarista e mais um bode expiatório a quem a “elite” onde se enfiou por um suposto mérito próprio nunca terá perdoado a ausência flagrante de glamour. Joe Berardo expressa-se mal (expressar-se mal é um eufemismo benevolente, mas tal incapacidade não constitui um crime, é um facto), mistura, sem a elegância do savoir faire, duas línguas, salvo seja, e nenhuma delas é o francês, é daquelas almas desastradas a quem a consumição pode fazer resvalar para uma arrogância parda, ameaçadoramente parva mas sem intenção, um imbecil pode, afinal, não ser um imbecil, até pode chegar a comendador, e as comissões de inquérito são terreno ostensivamente hostil, com deputados e deputadas armados em pistoleiros sedentos de sangue. Enfim, o homem, se calhar, não é bem o trambiqueiro que parece e, mesmo que seja, não está sozinho. Quanto ao não estar sozinho, estamos totalmente de acordo.

A outra questão, realmente séria, da maior importância num Estado de Direito, como se diz, tem que ver com a “prova”. E, na falta dela, com a necessária e inviolável presunção de inocência. É um facto. Nisso, também estamos de acordo. Pelo menos, no sentido teórico da coisa. Acontece que, em Portugal, necessitaríamos de uma figura jurídica, ou lá o que fosse, de carácter intermédio. O que temos é uma violação grosseira de outro princípio, o da inteligência. Mínima. Quem é que acredita, por exemplo, que seja o amigo Santos Silva o grande corruptor daquilo tudo ou quase tudo que envolve a novela José Sócrates? Excepto o juiz Ivo Rosa e o Miguel Sousa Tavares, quero dizer?   

Não haverá países isentos do pecado dessa gula de poder, dinheiro, influência, que apodrece a confiança das pessoas, não só nas instituições democráticas, mas, em todos os que estão mesmo ali ao lado, porque, entretanto, o favor, a corrupção maltrapilha, se torna tão banal que os que tentam resistir-lhe são vistos como otários dignos de óscares. E de pena. É difícil escapar. Acabamos enredados na teia do sistema, do jeito, do não levantar problemas, do toda a gente faz. Os políticos são todos iguais, porque lhes permitimos ser iguais. Vociferam indignações quando convém exibir pruridos beatos, com escândalo, mas sem vontade de mudar, porque nunca se sabe quando será deles o banquete; e nós praguejamos nas filas dos serviços públicos, ditando sentenças, sem nunca, quase nunca, levar a sério o que reclamamos: não vale a pena, não é? E se há gente corrupta em todos os cantos e noutros países também, por cá os donos-disto-tudo, dos mais aos menos poderosos sentem-se impunes, porque, na prática, são impunes, ou têm sido impunes. Da banca à política, há, aparentemente, crimes perfeitos. Mesmo quando é possível provar que o crime foi cometido, nunca se encontra o criminoso, nunca há a quem atribuir responsabilidades. No topo da hierarquia, bem entendido. É como se a dada altura da cadeia de poder as instituições fossem geridas e administradas por fantasmas. Há sempre caras a quem atribuir prémios de desempenho, mesmo que o desempenho seja coroado por ano de muitos prejuízos, mas raramente se distingue o rosto do incompetente doloso ou negligente. E quando, por absurdo, a proeza se alcança, os tempos da justiça tornam impossível qualquer acto da sua aplicação exemplar, correctora. Portanto, sim, a impunidade é a norma. O despudorado riso de Berardo – que ninguém esquece – foi, na altura, a prova viva dessa realidade que muitos julgam, mais do que consentida, cirurgicamente urdida nos bastidores da promiscuidade entre os grandes escritórios de advogados e a política, a justiça, o poder económico, a banca, a alta finança. A sua detenção faz-nos sentir vingados, sim, e isso é péssimo e é perigoso para a nossa democracia.

Ajuntamentos

 


Em defesa dos bichos, os tempos eram outros...

Apercebo-me de que uma das consequências do absurdo que grassa por entre os tons de negro que tingem a actualidade é a incapacidade de reconhecermos a generosidade, ainda que ela se nos entregue despida. Ou foi assim desde sempre e só agora me terei dado conta.