Se Trump sair vencedor destas eleições, vou chorar. Se for Biden o vencedor, vou chorar na mesma. Só preciso de um rastilho que me permita reconciliar-me comigo mesma. Ainda não sei bem o que a pandemia e o confinamento fizeram de mim, mas pertenço àquele grupo de gente (seca e desagradecida, seguramente) a quem o Universo não deu qualquer sinal. Não descobri talentos adormecidos, não aprendi a fazer pão, não vi unicórnios nem ouvi chamamentos da Natureza e não tive uma epifania nem nada que se lhe assemelhasse. Não fui sequer capaz de bater palmas à janela, mas, neste caso, nem sei bem por que não me terei deixado levar pelo momento: continuo convencida de que a ilusão de que assistíamos ao tal milagre português ficou a dever-se mais à dedicação e capacidade de trabalho e sacrifício de muitos desses profissionais "da linha da frente" - que não passou apenas, é verdade, pelos profissionais de saúde - do que por uma gestão competente do pandemónio em que fomos metidos. Mas era essa, a da saúde, a frente mais visível, na altura e, sim, houve palmas merecidas.
Enquanto a América continua a contar votos contra a vontade de Trump (antes de sair de casa, ouvi alguém dizer que Trump é como aqueles rufias espertalhaços - rufias espertalhaços sou eu que digo - que querem terminar a partida ao intervalo, desde que, nesse momento, estejam a ganhar), parece que o CHEGA está em conversações com vista a uma solução de governação nos Açores. Li, muito por alto, que o CHEGA-Açores quer, mas o Ventura não deixa, o que não deixa de ser uma coisa extraordinária. Eu preocupada com a América e o caos aqui tão perto.
Estou obcecada com o
processo em curso para as eleições presidenciais americanas. Entre o estupor
e uma espécie de fascínio macabro. Posso perguntar-me quinhentas mil vezes ou
mais e nunca hei-de perceber como alguém com a dose mínima de decência consegue
apoiar alguém como Donald Trump. Para o cargo mais alto da nação, quero dizer.
Como personagem de entretenimento, é uma figura imbatível.
Na semana que
terminou, apoiantes seus, de carro, perseguiram a caravana de campanha de Biden que se dirigia para um qualquer evento no Texas. Um dos veículos conduzido por um dos
fanáticos adeptos de Trump abalroou, intencionalmente, um veículo conduzido por
um dos apoiantes de Biden. Claro, ninguém está livre de ter um apoiante maluco.
Mas, o caso não é esse. Com Trump, o caso nunca é só esse. Apressou-se, como
sempre, a tuitar que adora o Texas, como já disse – no típico tom pateta e
indecente fora dos moldes de um reality-show (aqui, já toda a gente sabe
ao que vai), que espera por terça-feira para despedir Anthony Fauci. Como já
antes tinha gozado com a deficiência de um jornalista, perante uma assembleia
de idiotas que baba (no mínimo, que é o se pode ver) cada vez que o idiota-mor
vomita qualquer insulto. Começo a ter mais “respeito” (com muitas, muitas
aspas) pelos supremacistas brancos assumidíssimos, do que por aquela gente que
se enche de sedas e folhos e botões de punho para dizer que Biden é que jamais
– assim, em francês, com a elegância que se espera. E eu até gosto de francês.
E até acho que há gente que merece ser gozada. À bruta.
Por falar em
eleições, parece que os Açores vão ensaiar uma geringonça insular. Passada a quase apoplexia (se ainda não passou – e há gente para quem ainda não passou – passará agora) do PSD com a marosca política de António Costa, é tempo de tentar o
mesmo. Como é sabido, todas as indecências políticas por que se rasgam vestes
na oposição, passam a aceitáveis, e respeitáveis, quando fazem antever a conquista do tal Poder,
seja lá o que isso for. O Poder. Até o CHEGA pode passar a, sim, sim, já chega para
haver o entendimento que sempre repudiámos. O sistema é um nojo apenas enquanto não se lhe deita a mão e, na verdade, nesse aspecto, não parece haver grande diferença daquele partido para os outros.
E prepara-se outro
confinamento. Pergunto-me quanto tempo mais (nos) vamos aguentar. O meu filho
pergunta se eu acho que isto acaba alguma vez, como se eu
soubesse alguma coisa sobre o assunto; mas, juro-lhe que sim, que vai acabar,
claro que vai acabar, e abraço-o e encho-o de beijos enquanto posso (posso, não
posso?), enquanto ele ainda me deixa. Há uma idade menos desgraçada para passar
por isto, afinal. São estes 13 anos, em que já não se está a dar os primeiros
passos neste mundo às avessas, mas também ainda não se chegou bem àquela
maravilhosa loucura da adolescência. Como será? Viver a adolescência nestes tempos,
sem poder cometer pecados, sem viver arrebatadamente, a primeira paixão, o
primeiro beijo, a primeira mentira a merecer castigo?
Pela Europa,
multiplicam-se as manifestações contra as restrições impostas pelos diferentes
governos. Porém, há manifestações e manifestações. Há vontades e vontades. Não
consigo perceber as lutas pela liberdade de fazer o que me apetece
quando me apetece e onde me apetece que, mais coisa menos coisa, acabam em
destruição porque sim. Manifestações violentas de gente que acredita em teorias
da conspiração mirabolantes. Outra coisa são as manifestações pela liberdade de
se viver do trabalho e não de subsídios, ou de caridade. Este equilíbrio –
entre a economia e a saúde, no limite indecente da salvaguarda de ambas – é
terrível de fazer. Não queria estar no lugar de nenhum daqueles que têm esta
tarefa entre mãos, neste momento. Não sei se já não teria atirado a toalha e
dado lugar a outro, com a quantidade de gente que sabe qual é a melhor
estratégia a aplicar para tourear o bicho. Há quem julgue que se mantêm lugares exclusivamente pela ganância, pelo interesse próprio, pelo poder (ia dizer pelo prestígio, mas, creio que, em política, isso já não existe). Eu também. Excepto, talvez, em
casos destes. Alguém consegue passar por tudo isto sem uma pontinha que seja de
sentido de Estado e de serviço público? Se calhar há e eu estou só a ser demasiado ingénua, ou coisa pior.
Volto às eleições americanas.
Ao contrário de outros, temo que Donald Trump ganhe, novamente, mesmo de forma
lícita. Afinal, a liberdade – inclusive a de expressão – só está em perigo
quando é ameaçada pela esquerda. Ou pelos terroristas islâmicos. O bullying como
arma política, essa forma de combater os adversários da forma mais abjecta
possível, pelo insulto de taberna, pela violência de gangue, pelo assédio mais
rasteiro, isso é só a Democracia a funcionar. E, se calhar, é mesmo, o que
torna tudo ainda mais tenebroso.
Caminho sozinha e
distraída pelas ruas estreitas do mercado. Terminei as poucas compras que não
programei e tenho um tempo sem pressa, inútil, que posso desperdiçar a senti-lo
correr, devagar, como eu. Não há muita gente, e o sol aquece sem sufocar, desenhando
sombras traquinas que se esquivam à minha passagem para logo assomarem,
adiante, em negro baço, sobre os umbrais das portas de madeira soberbamente
esculpidas que se abrem para lojas de maravilhas amontoadas, de tesouros
multicolores, como as cavernas de salteadores dos meus contos de criança. Um
homem que nunca vi saúda-me e pergunta-me pelo meu marido. Sabe o seu nome e
onde trabalha, e deseja-me um bom dia, que retribuo com um sorriso forçado, num
espanto resignado. Passo pela velha sem idade, de chapéu de palha com tranças
pretas de lã e a longa saia vermelha de finas riscas brancas, sentada no fundo
da escada com a trouxa aberta, espalhada no chão, cheia de verduras mais
frescas do que ela, os rabanetes em carne viva, os alhos duros e roxos, a salsa,
os coentros verdes da esperança que se lhe escapa a cada dia. Sorri-me,
desdentada. Acabo por comprar mais qualquer coisa. Há sempre mais qualquer
coisa. Hei-de cruzar-me com algum menino descalço que se voluntariará para me
transportar a pouca carga que carrego, a troco de uma compensação miserável;
pelo menos, a mãe - ou uma irmã pouco maior que ele - terá com que preparar
algo a que possam chamar uma refeição.
Uma algazarra miúda,
a princípio, aproxima-se, arrastando um emaranhado de gente que brota, aos
tropeções, de outras ruelas ainda mais estreitas. Reconheço os gritos
estridentes, à laia de cântico tribal e agudo que afunila em sintonia com a
multidão alvoroçada antevendo a desgraça. Encolho-me para deixar passar sem que
me arrastem na sua pressa apocalíptica. Os gritos soam mais e mais alto, um
frenesim atarantado, e atento ao fundo da viela, para onde todos correm numa
aflição que me agonia. Num assombro, esperado por outros, um grupo de homens
envergando túnicas brancas, imaculadas, irrompe por entre a mole de gente,
sustendo uma liteira enfezada que mais parece levitar como um tapete voador
sobre as suas cabeças. Num andor macabro, um corpo jaz como uma múmia, envolto
num lençol alvo como uma nuvem de algodão-doce. A multidão atabalhoada, numa ordem
que só a eles diz respeito, abraça a padiola fúnebre mais os seus
gatos-pingados e parte sem nunca parar, em debandada, com o coro de gritos em
música de fundo.
Preciso de um
momento para me encontrar. Confundo o número de ruelas à direita e à esquerda,
e ainda não me oriento bem na malha labiríntica da medina. Subitamente, os
sacos pesam-me em penitência e sinto as unhas cravadas na palma da mão. Um
menino puxa-me os sacos e pergunta se preciso de ajuda. Por uma vez, deixo que,
antes de ir-se, me acompanhe até ao arco de pedra, à entrada, onde o sol me
apazigua.
Porque, dizem, hoje é dia de finados, amanhã, no México, celebra-se o Dia dos Mortos, morreu Sean Connery (uma enorme vénia, não há muito que precise de ser dito) e a Morte desassossega-me. Para lá do medo de morrer.
sábado, 31 de outubro de 2020
Às vezes acho que há gente que acha que vem aqui para aprender coisas, quando devia ser evidente, para qualquer pessoa com a dose necessária ainda que não suficiente de inteligência que, primeiro, aqui não se aprende nada, segundo...espera, não há segundo.
Tenho muitos momentos de dúvida - de fúria, também - sobre a forma como gerimos regras e comportamentos neste momento de desorientação para onde a pandemia nos atirou sem pedir licença. O tempo - muito - que passo de máscara, em trabalho, começa a fazer estragos (ao nível da minha paciência, etc) e preferia não ser obrigada a usá-la. Menos ainda, na rua. Já me senti mais confortável com a forma como as entidades ditas responsáveis têm lidado com a coisa, da Directora Geral da Saúde ao Presidente Marcelo e - apesar de achar que pode ser grande a tentação, de repudiar as manobras de bastidores de António Costa e outros que tal e de pensar que só os mais ingénuos podem acreditar piamente na pureza e inocência dos agentes políticos - continuo a considerar completamente absurda a ideia de que o Governo tem um plano tenebroso para ensaiar, à custa da pandemia, uma tentativa de nos sequestrar.
Vem isto a propósito do vídeo publicado por um médico de Matosinhos. Talvez valha a pena ouvir, já que se ouve tanta gente que percebe tanto do assunto como eu. Ou ainda menos.
... não beba. E se quiser manter a decência, não tuite. O Twitter também deve causar uma espécie de embriaguez, mas, com uma agravante terrível: não fica apenas entre amigos e deixa um rasto ainda mais difícil de limpar.
Cara Ana Gomes, não havia necessidade. E olhe que até gosto de si e até pensei o mesmo, quando vi a notícia. Mas eu não sou candidata à Presidência da República e não tenho twitter, e a menina não é o Rui Pinto a mandar umas bocas merecidas ao doutor Júdice.
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Conta-me que a
professora de artes visuais diz que não há essa coisa de não saber
desenhar. Que toda a gente sabe desenhar. Que o desenho mais não é do que a
reprodução no papel da nossa interpretação daquilo que vemos, e que os
outros é que poderão olhar de forma diferente para aquilo que desenhamos.
Rimo-nos as duas, com
alívio. Pela falta de jeito de ambas. Da minha, principalmente, incapaz que sou
de reproduzir entre traços e telas o que quer que veja, mesmo que o que vejo me
consuma todos os sentidos.
A propósito da
conversa, voltei a lembrar-me do homem do café. O que arrancava histórias aos
restos enegrecidos que sobravam no fundo da chávena branca que ele tombava,
antes, sobre o pires, enquanto eu observava, pasmada, como o pincel fino ia
ganhando vida na sua mão. E como, com essa vida, erguia gente entre rabiscos marron
escuro e compunha cenários improváveis, materializando nas folhas brancas do
pequeno caderno de argolas um pedaço de mundo que, um momento antes, apenas ele
era capaz de adivinhar. Como assim, não há isso de não saber desenhar?
Não é que não
perceba a outra arte, a da interpretação. Se é que se lhe pode chamar arte.
Acho que é o me faz pasmar, também, sob um tecto pintado, uma catedral, um
mosteiro encantado sobre uma ilha rochosa, um arco em ogiva perfeita, uma
harmonia de cores, um desassossego de traços, a imponência de uma escultura, o
verde dos prados a perder de vista, os gessos pintados, a capela de Miguel
Ângelo, toda ela, o seu Juízo Final, e todos os versos de Gedeão, do vinho,
espuma e fermento, ao contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, das
bebedeiras de azul à cisão do átomo, uma explosão de vontades
entre toques de alquimia.
E a propósito de
talentos, um dia destes parei no The Voice e deixei-me ficar por lá, uns
momentos. Normalmente, presto pouca atenção a programas televisivos da
categoria reality-qualquer coisa. Por nenhum motivo especial, a não ser
que não aprecio o género e não suporto ver gente a ser humilhada mesmo se a
favor de todas as vontades, inclusive a sua. E, por decisão própria, excluo da
categoria de programas aquelas coisas tipo Big Brother e as que misturam
amores de agricultores mais as mães e outros apensos, os respectivos casamentos
e outras salgalhadas do género – serão raros momentos de qualidade televisiva e
vasto interesse social, e eu serei qualquer outra coisa esquisita que me
queiram chamar, se for necessário fazer alguma justiça ao assunto. Adiante. No The
Voice. Havia uma espécie de compilação de melhores momentos, não sei bem, não
cheguei a confirmar. Fiquei só a ouvir. A qualidade de alguma gente que por ali
aparece, sujeita à avaliação de uma outra gente que, por vezes, se deve
contorcer na cadeira, juro, entre o espanto e o embaraço!
A dada altura,
alguém cantou Pedro Abrunhosa, “Eu não sei quem te perdeu”. Eu não sei se há
quem consiga ouvir o Pedro cantar aquilo sem uma ameaça de arrebatamento; eu
não consigo. Mesmo sabendo que o Pedro não canta e, seguramente, não encanta por
aí além. Pouco importa. Se fechar os olhos e me deixar guiar, posso render-me
àquele abismo, despedaçar-me, ser dona do Céu. Do Inferno, também.
Entretanto, ouvi qualquer coisa
sobre o Orçamento. E birras infantis, descomunais. E sobre as ondas na Nazaré e
uma multidão ávida de pretextos para resgatar o que nos vai sobrando de vida. A
desfaçatez desta gente! Por que não terão comprado, antes, um bilhete para ir a
Portimão, assistir ao Grande Prémio de Fórmula 1? Além de parvos, pobres. Fossem,
ao menos, inteligentes e ouvissem o que diz o Governo e o senhor Presidente da
República, mais as sábias orientações para os próximos dias. Não se pode
transitar entre concelhos e ponto. A menos que se tenha bilhetes para o teatro,
que se seja turista estrangeiro em trânsito para o hotel, que se leve as
crianças à escola e os pais ao centro de dia, que se vá trabalhar, sob
compromisso de honra, entregar os filhos ao outro progenitor, regressar
a casa se se esteve longe e se se esteve perto também. Enfim, mais ou menos
tudo que não implique uma visita aos cemitérios para honrar os nossos mortos.
Não deve ser difícil. Afinal, já (quase?) nos habituámos a ver morrer sozinhos aqueles
que mais amamos, sem tempo nem lugar a despedidas; tudo a bem de voltar a ver ficar tudo bem.
E em
França, o horror voltou a cobrar a sua vingança. Mais morte e outra decapitação,
às mãos de outro louco prenhe de ódio. Nice volta a ser palco da barbárie, poucos
dias depois de Paris e do assassínio do professor Samuel Paty. Poucos dias antes,
eventualmente, de um outro qualquer acto tresloucado, demoníaco. E nada disto
faz sentido.
Por falar em Mal,
aproxima-se o dia das eleições presidenciais nos EUA. A Besta pode
assumir várias formas, é preciso não esquecer. Estamos, todos!, sob ameaça e tem
pouco a ver com a pandemia. Ainda assim, sobra-me pouca paciência para os
idiotas da liberdade de não usar máscara porque sim, mais os não-sei-quê pela
verdade e os especialistas paridos em série e em directo em todos os meios
de comunicação social. A sério? Quando tudo arde à nossa volta?
Vou voltar ao café. E ao riso despreocupado, por momentos. Menos do que demora o beijo da canção, enquanto aproveito para abraçar parte do meu tempo, também.
Já o disse e mantenho: Rui Pinto não é um anjinho e cometeu crimes; até que, por algum motivo que seria bom e útil apurar, resolveu dar outra utilidade à informação que encontrou. Ou vasculhou, ou perseguiu: não "tanto faz", é certo, um crime não deixa de ser um crime; mas o que não se pode fazer é passar uma borracha no assunto, condenando o pirata informático e escondendo debaixo do tapete - ou lá como é que se diz em linguagem informática, que sou bastante analfabeta também aí - todas as outras trapalhadas, principalmente, as chiques.
No caso de Júdice, espanta-me sempre como é que alguém que se esforça tanto - todas as semanas, em horário nobre, num canal que se quer (quer?) de referência - em publicitar a sua agudeza intelectual, profissional e afins, nunca tenha sido capaz de desconfiar das manhas de Santos, Salgados e outros quejandos. Tal qual como os que acham normal que um ex-primeiro-ministro possa viver entre luxos que não pode pagar, mas que suporta com a caridade abnegada e estapafúrdia de um grande amigo. Tudo boa gente, inocentíssima até prova em contrário, prova essa que, muitas vezes, entre adendas, adiamentos e aditamentos, recursos, férias judiciais generosas, vírgulas para bom entendedor e prescrições de prazo e de juízo, nunca verá a luz do dia. Pelo menos, pela via legal. É um problema, num Estado de Direito, abrir uma porta que não seja a da cela a alguém como Rui Pinto? É. Talvez. Mas, problema maior é parecer haver pouca ou nenhuma vontade em limpar o mofo. E os ladrões são como os chapéus: há muitos, não é? Não são é todos palermas. E eu estava a ser irónica, ali há umas linhas acima, caso houvesse alguma dúvida.