quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Ouch!!

 

Já o disse e mantenho: Rui Pinto não é um anjinho e cometeu crimes; até que, por algum motivo que seria bom e útil apurar, resolveu dar outra utilidade à informação que encontrou. Ou vasculhou, ou perseguiu: não "tanto faz", é certo, um crime não deixa de ser um crime; mas o que não se pode fazer é passar uma borracha no assunto, condenando o pirata informático e escondendo debaixo do tapete - ou lá como é que se diz em linguagem informática, que sou bastante analfabeta também aí - todas as outras trapalhadas, principalmente, as chiques.

No caso de Júdice, espanta-me sempre como é que alguém que se esforça tanto - todas as semanas, em horário nobre, num canal que se quer (quer?) de referência - em publicitar a sua agudeza intelectual, profissional e afins, nunca tenha sido capaz de desconfiar das manhas de Santos, Salgados e outros quejandos. Tal qual como os que acham normal que um ex-primeiro-ministro possa viver entre luxos  que não pode pagar, mas que suporta com a caridade abnegada e estapafúrdia de um grande amigo. Tudo boa gente, inocentíssima até prova em contrário, prova essa que, muitas vezes, entre adendas, adiamentos e aditamentos, recursos, férias judiciais generosas, vírgulas para bom entendedor e prescrições de prazo e de juízo, nunca verá a luz do dia. Pelo menos, pela via legal. É um problema, num Estado de Direito, abrir uma porta que não seja a da cela a alguém como Rui Pinto? É. Talvez. Mas, problema maior é parecer haver pouca ou nenhuma vontade em limpar o mofo. E os ladrões são como os chapéus: há muitos, não é? Não são é todos palermas. E eu estava a ser irónica, ali há umas linhas acima, caso houvesse alguma dúvida.