quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Não tenho resoluções de ano novo. Um ano é uma imensidão de tempo, independentemente da forma como o medimos, pelo que, nunca sou capaz de dizer “que ano magnífico!” nem, ao contrário, que “ano horrível!” foi este que acabou agora mesmo. Esforço-me por dispor felicidades (e desgostos) uma-a-uma, peça-a-peça, como numa construção de legos. Só saberei se valeu a pena quando chegar ao fim e, para isso, preciso de mais do que um ano, ainda assim; preciso de uma vida, e ainda não acabei. 

Tenham, então, uma boa vida, mais do que um bom ano.


Aquele pedacinho de texto, escrevi-o há cerca de um ano. Começava 2020, passavam uns dias desde que o Papa Francisco se irritara com uma "devota" demasiado devota e lhe dera uma palmada na mão, e eu tinha acabado de ver "Dois Papas", de Fernando Meirelles.

A esta distância, parece uma premonição. Aquela espécie de mensagem de Ano Novo. É muitas vezes assim. As coisas assumem uma outra dimensão, quando o contexto muda dramaticamente. 

Trago-a para aqui. A mensagem. Porque me parece que se aplica melhor ainda este ano, prestes a começar.