A
propósito de outro escândalo – o da saga do voto dos emigrantes – já tudo ou
quase tudo foi dito. Uma mistura de amadorismo, terceiro-mundismo, provincianismo,
incredibilismo, e mais que me ocorre e invento, mas não posso dizer. Haveremos
de reflectir, analisar, aprender, corrigir e evitar; enfim, retirar uma série
de ilações muito inúteis no futuro, que parece ser o que sabemos fazer melhor.
De momento, há: uma ilegalidade, um acordo de cavalheiros que acabou em desacordo não sei se também porque já não há cavalheiros, um Governo adiado pela decisão do Tribunal Constitucional e para espanto do Presidente da República, e um partido sem representação parlamentar que fez o trabalho que caberia a outros.
Diz o senhor Presidente que é a democracia a funcionar, e é capaz de ter razão. A democracia portuguesa parece funcionar sempre a meio-gás; e pagamo-la mais cara também.