segunda-feira, 7 de março de 2022

Sobre Censuras

Acho pouco decente (e é tentador) romantizar a morte e o sofrimento, a coragem e o heroísmo, e menos decente ainda quando é a “informação” a testar o limite, a pisar a fronteira entre informar e doutrinar. Já vimos, a seu tempo, os sermões de Domingo – já não recordo se exactamente ao Domingo – de reputados jornalistas a propósito dos sacrifícios que o combate à pandemia exigia a todos, mesmo que a uns mais que a outros. Mas o extremo oposto, fingir que há comparação entre agressores e agredidos, no pressuposto aleivoso de pensar pela própria cabeça, como se tal coisa obrigasse a estar sempre contra a opinião dominante porque sim, causa-me a mesma perplexidade que as aulas de catequese em que, por vezes, se transforma o "jornalismo de referência". Dito isto, espero que a União Europeia dê um passo atrás naquela proibição de emissão de alguns canais de televisão russos, mesmo que eu não perceba nada de russo e seja muito mais sensível à propaganda que não vem do Kremlin.