Deixo
que me conte das portadas das lojas ancestrais, tão bonitas, de madeira entalhada em vivos relevos, os padrões geométricos, imperfeitos, versículos do Alcorão em rebordos tortuosos, arabescos dourados ou negros, esfumados, labirínticos como o bosque cinzelado de ruas estreitas, mudas sob o manto pesado da noite sem luar, e um silêncio macio e
denso, tão denso que posso senti-lo latejar, arquejar, rastejar entre paredes e
arcos, elevar-se, estrangular o eco vidrado dos cascos do cavalo contra a pedra polida, brilhante brilhante, como o hálito da lua que desde ali não se vê.