quarta-feira, 22 de junho de 2022

Sou escrava do meu trabalho. Sou totalmente escrava do meu trabalho. Os últimos dois meses em particular têm sido uma loucura de que dou conta a pouca gente porque é coisa realmente indecente, o número de horas que cumpro escrupulosamente mergulhada em coisas chatas, e fórmulas e leis e contas e reactores e reagentes, números reais, outros imaginários, e que só não se tornam insuportáveis porque, um, adoro o que faço (provavelmente, porque não sei fazer outra coisa), dois, não tenho chefe (ou tenho, mas sou eu mesma, logo, aturamo-nos razoavelmente bem na maior parte dos dias), três, quando acabar, se não me acabar, tenho os dias de férias que mereço e alguns dos que não mereço também, quatro, entre todas as outras coisas imprescindíveis à vida que vale a pena ser vivida, pelo menos daquelas coisas que o dinheiro pode comprar, é o meu trabalho que me permite viajar. E eu preciso de viajar.