Não sei bem o que é um NFT. Non-fungible tokens, certo, mas não passo daí; e não gosto da palavra “fungible”, nem na sua versão portuguesa.
Já houve quem me
tentasse com uma explicação simples da coisa, aquilo do como se eu tivesse
cinco anos, mas a minha razão tem razões que só a própria reconhece.
Na versão mais ousada e abusada do espantoso fenómeno, um milionário mexicano ou americano, Mobarak de seu nome (é quase engraçado), resolveu queimar o quadro Fantasmones Siniestros, e, assim, operar uma transição permanente para Metaverso da pintura de Frida Kahlo; ou, agora, 10 mil pedacinhos de criptoarte.
A queima foi cerimoniosa, num elegante copo de Martini cheio de pedrinhas azuis, com público e banda sonora apropriada, canta y no llores, anda, que é só um quadro. O dinheiro servirá a caridade.
Dizem-me que já aconteceu o mesmo ao Fumeur V, de Picasso. Pode ser. Não entendo na mesma, e custa-me a crer que os originais sejam mesmo originais.
Nada disto interessa muito, mas o que interessa muito não anda melhor.