Alex Jones – que, provavelmente, dispensa apresentações – foi condenado ao pagamento de 965 milhões de dólares em indemnizações “às famílias de Sandy Hook”. Segundo a sua muito livre capacidade de ver o mundo de acordo com a teoria mais proveitosa a cada passo – essa liberdade com direito absoluto sobre qualquer contrariedade, e a verdade, como se vai sabendo, é o que um homem quiser –, o tiroteio na escola primária de Sandy Hook, em 2012, não ocorreu como foi noticiado. Aliás, não ocorreu de todo: tratou-se apenas de uma farsa, um elaboradíssimo plano para retirar as armas às pessoas que gostam muito de possuir armas. As famílias que vimos chorar os seus mortos – vinte dos quais, crianças – eram meros actores.
Durante
anos, Jones alimentou uma história escabrosa sob a forma de informação e
ganhou dinheiro, muito dinheiro, à custa do sofrimento inimaginável daqueles
pais e mães que, depois do horror, ainda foram obrigados a lidar com a seita de
fanáticos que lhe presta culto: ameaças de morte, ameaças de violação, um tarado qualquer que urinou na campa de uma das crianças mortas.
Há
gente capaz de desenterrar o pior que há em mim. Não é bem desejar-lhes a
morte, não desejo a morte de ninguém e a morte pode ser o fim, mas não é,
seguramente, o mais terrível. O que desejo pode ser impronunciável.