O
enfado com que a gente que ocupa cargos políticos responde – ou não responde,
na verdade – ao país quando confrontada com pedidos de esclarecimento sobre o
exercício das suas responsabilidades e competências ao serviço da nação é uma
coisa extraordinária. Como se fosse ultrajante mais do que ilegítimo (e claro que não é) o
direito que os eleitores têm de saber o que têm de saber e o dever que os
governantes têm de esclarecer o que têm de esclarecer. Falta, realmente, vergonha, e abunda uma espécie de amadorismo ou alienação do que significa estar
ao serviço do país; como se aquela ladainha que assinam ministros e secretários
de estado, juro por minha honra desempenhar fielmente etc, não passasse, de facto, de um marginal etc, umas palavras
bonitas mas inócuas, inconsequentes, uma dedicatória cordata na recepção do hotel até ao
destino seguinte.
Não se arranja mais gente como Fernando Araújo?