Já
o disse antes: por vezes, a minha mente corre por caminhos desconhecidos e contra
a minha vontade. Não imagino onde terá ido buscar aquele imaterial, se
poucas coisas há mais materiais do que um edifício sólido. Talvez o imaterial
do tempo que me transporta a outras épocas, mas não era exactamente nisso que pensava.
Creio.
A propósito, quero muito voltar a Notre-Dame. Só lá entrei duas vezes, num tempo anterior ao incêndio devastador de há cinco anos, quando a Catedral era negra, sombria e bela. Agora, nos jornais e nas televisões, parece-me tão radiosa e limpa que temo tê-la perdido para o sempre que me resta.