Não sei quem é Zohran Mamdani antes de o novo mayor de Nova Iorque, mas, se desafia Donald Trump, parece-me bem. O mundo pula e avança pelo sonho dos homens, e o que é o sonho de uma criatura sem uma pequena dose de loucura. Mamdani agora, Gavin Newsom em 2028, admitindo que Trump resiste até 2028, tudo o que possa revolver as entranhas do rei. Irritar, contrariar, recusar. Não temos nada disto. A nossa rebeldia agoniza entre votos de protesto, explicam-me, num partido de arruaceiros incontinentes (não chamem extrema-direita àquilo), e o regresso do sebastião Pedro Passos Coelho. Até lá, aceitamos sem sobressalto um governo de gente medíocre, liderado por um primeiro-ministro incapaz de despir aquele sorriso cínico desde que viu validada nas urnas a sua habilidade tão portuguesa. Portugal ficou mais Portugal. O advogado de José Sócrates virou (virou?) as costas ao “julgamento a brincar”, esquecendo que o país é a brincar, e só por isso ele e o seu ex-cliente podem exibir com gozo, impunes, a sua imensa desfaçatez.
Viva
Zohran Mamdani.