segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Dos meus caprichos

Não sei se serei a única leitora que não escolhe livros pela sinopse, mas nunca escolho livros pela sinopse; ou não me lembro de alguma vez. Escolho livros pela capa, pelo título, pelo autor ou pelo país de origem, por uma frase que li ao acaso ao abrir um volume, e por último, resolutamente por último, pelas recomendações ou prémios, onde residem as maiores das minhas desilusões. Foi assim que cheguei (e pereci) ao meu primeiro livro da nova dama do noir espanhol. Dizem.

O tempo é de conciliação e tolerância, devia calar-me, mas há muito tempo que não lia nada tão saturado de lugares-comuns, das duas irmãs apaixonadas pelo mesmo homem, à adolescente que tem um caso com o amigo do pai. Et cetera, que aquilo cumpre todas as máximas.  Há uma insistência tão óbvia em explicar e mostrar, que sobra pouco à imaginação: o assassino materializa-se nas entrelinhas sobrelotadas. Mas, como dizia alguém há tempos, se é tão fácil, por que não fazem; e se não faço, por que critico?

Já o de Susana Araújo, que escolhi pela capa e de quem julgo nunca antes ter ouvido falar, foi um prazer.