Ah, como é bom fazer negócios com o Estado Português!
Qual negócio da China, qual carapuça! Sejamos nacionais ou estrangeiros, o que
rende é celebrar (e como!) contratos com as nossas Finanças, a nossa Segurança
Social, os nossos Presidentes de Câmara e por aí afora. Do parque automóvel
privativo e improvisado da Madona ao prédio de Alfama que Robles adquiriu à
Segurança Social a preço de saldo, das chorudas rendas da EDP aos incautos
empréstimos concedidos pela CGD a distintos Donos-Disto-Tudo, do BPN ao Novo
Banco, somos prodigiosamente beneméritos!
Se dúvidas houver (ainda) no que toca ao altruísmo do Estado Português na gestão dos seus (nossos!) negócios, basta ler a notícia do Público, desta sexta-feira. Vale a pena. Parece que, além de termos vendido ao desbarato o Novo Banco ao Lone Star, depois de termos injectado milhões de euros a tentar salvar o que outros pilharam despudoradamente como ladrões de galinheiro, ainda resolvemos deixar um bónus, não fossem os senhores americanos duvidar da hospitalidade lusa. São 50 milhões de euros em moedas raras, fotografias contemporâneas, pintura, mapas portulanos e livros quinhentistas, escreve a Cristina Ferreira. A jornalista, não a entertainer. Mas também podia ser hilariante, não fosse quase burlesco. Quem é amigo, quem é?