sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Fiascos de Várias Cores

Depois de uma sangria desatada de artigos, notícias, entrevistas e muitos desejos amarelos, a manifestação que ia parar Portugal, travou-se a si mesma, esfumou-se mesmo antes de começar.

Não sou capaz de dizer o que terá frustrado - estrondosamente - a tentativa de protesto. Palpita-me que não saber bem o que se pretende para o país, enquanto país, longe dos chavões tão gastos quanto vazios, tenha ajudado. Gritar muito e muito alto tem, mais ou menos, o mesmo efeito que chorar: alivia mas dificilmente resolve qualquer coisa.

No entanto, era prudente e sensato que a comunicação social dita de referência fizesse um bocadinho mais do que informar por antecipação, criando (ansiando por) notícias antes dos factos. Para isso, já temos outros protagonistas de maior arrojo e competência, dispensam-se imitadores medíocres. Se o bom jornalismo sucumbir à orgia da desinformação inflamada a troco de auditório fácil e fecundo, a democracia talvez passe ao regime mais dispensável do mundo...