quinta-feira, 3 de setembro de 2020

"A linguagem pode ser a chave para detectar notícias falsas?"



Página FALSA!!!, assim, em maiúsculas e com pontos de interrogação, para os mais distraídos.

Voltei a lembrar-me deste artigo depois da bronca protagonizada pela Clara de Sousa. 

Precisamente na tarde desse dia, eu tinha visto uma mensagem com a (suposta) capa do "The New York Times". Vê lá esta notícia. E eu vi. Bastou-me ler de relance a expressão "collective suicide" para pensar: impossível. Era impossível que um jornal como aquele usasse uma expressão como aquela ("suicídio colectivo"?!), na primeira página, para falar da festa do Avante!, em Portugal. 

Perguntei-lhe, isto é falso, não é?, que foi exactamente o que ele pensou quando lhe enviaram a imagem por whatsapp

Não seremos tão mais perspicazes que a redacção da SicNotícias: é que há coisas tão óbvias, melhor (ou pior) ainda, cuja veracidade é tão fácil de comprovar, que tornam qualquer gaffe associada anedoticamente embaraçosa. E, quando se trata de jornalismo que se apresenta como "de referência", é qualquer coisa de mais grave. O problema é, por vezes, estarmos tão convencidos da nossa razão que não vemos o que está mesmo debaixo do nosso nariz. Também me acontece. Se o sermão vier de fora, então, é uma excitação com traços do mais delicioso delírio. Ou talvez não, quanto ao "delicioso". Ainda me pergunto se não terão pretendido, simplesmente, pregar uma partida à Clara...