Só no Sábado é que
percebi que está a decorrer o Festival da Canção. Não costumo ver, e só me
lembrei disto a propósito da entrevista do Salvador Sobral ao Ricardo Araújo
Pereira. E nem foi pela entrevista em si, foi pela música que o Salvador
cantou. Muito mais bonita do que o “Amar pelos Dois”, com que nos ganhou a
Eurovisão. A loucura. A nova música ainda não tem nome, aparentemente. É
provável que, depois de ontem, já tenha. Começa a dizer-se mal do Ricardo
Araújo Pereira, mas continua a fazer-me rir. Mesmo quando é absurdamente
imbecil. Ou, se calhar, por isso mesmo; ando pouco exigente. Diz-se que é
preguiçoso, pouco criativo, popularucho, a resvalar para o boçal, ultimamente, o
humorista do regime, a antítese do Herman José, sei lá. Pode ser isso tudo, e
está bastante longe, é verdade, da genialidade dos Gato Fedorento, mas, ainda
o aturo relativamente bem.
Não interessa nada,
era por causa da música. E de outra música, que ouvi ontem e já não ouvia há anos.
Já nem me lembrava que a Manuela Moura Guedes chegou a cantar. Como o João
Loureiro, mas sem o percalço dos aviões. Também não me lembrava que a música
era tão bonita e que a letra tinha sido escrita pelo Miguel Esteves Cardoso. A
da Manuela Moura Guedes. É linda.