“Há
sons que são perfeitos. Uma bola de ténis, uma bola de golfe batida da maneira
certa. Uma bola em voo numa luva de pele. O choque demorado de um knockout.
Eu fico louca com o som de uma tacada de bilhar perfeita, um disparo ríspido
seguido por três ou quatro deslizares abafados e os consecutivos cliques. O tuic
tuic acariciante do giz no taco. O bilhar é erótico sob qualquer
perspectiva. Normalmente, a uma luz fraca e pulsante de jukebox.”
Lucia Berlin, Anoitecer no Paraíso
Nunca seria capaz de o dizer assim, e pode ser exactamente assim. Ainda que eu nunca tenha jogado bilhar à luz fraca e pulsante de uma jukebox.
Escrever. Decididamente, é o talento que mais invejo.