Quando
me toca levar os miúdos à escola, ouvimos o “Eu é que sei”, na Comercial. É tão
bom poder começar o dia a rir um riso leve, breve, sem mácula.
Todos
os dias há um dia de, e, embora me escape a maioria dos assinaláveis assinaláveis,
parece que um destes dias foi “dia do solteiro”. “O que é um solteiro?”
serviu-se a quente, como sempre, no improviso da infância solta e
despreocupada, como deviam ser todas as infâncias. Esclarecido, mais ou menos,
que “um solteiro é alguém que não tem namorado" – não necessariamente alguém que solta pessoas (lindo!) –,
o que se seguiu foi puro prazer. “O nosso cérebro derrete” quando estamos
apaixonados, ou “levamos um casaquinho” para procurar namorado “porque
às vezes fica frio”, é do melhor. “O amor é uma surpresa”, diz a última criança,
e é capaz de ser a melhor definição dessa coisa avassaladora que
surge quase sempre sem aviso.
De
resto, há dias em que Portugal me parece um país falido. Seja qual for o ângulo
por onde o olhe, a frequência por onde o ouça.