segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Quando me toca levar os miúdos à escola, ouvimos o “Eu é que sei”, na Comercial. É tão bom poder começar o dia a rir um riso leve, breve, sem mácula.

Todos os dias há um dia de, e, embora me escape a maioria dos assinaláveis assinaláveis, parece que um destes dias foi “dia do solteiro”. “O que é um solteiro?” serviu-se a quente, como sempre, no improviso da infância solta e despreocupada, como deviam ser todas as infâncias. Esclarecido, mais ou menos, que “um solteiro é alguém que não tem namorado" – não necessariamente alguém que solta pessoas (lindo!) –, o que se seguiu foi puro prazer. “O nosso cérebro derrete” quando estamos apaixonados, ou “levamos um casaquinho” para procurar namorado “porque às vezes fica frio”, é do melhor. “O amor é uma surpresa”, diz a última criança, e é capaz de ser a melhor definição dessa coisa avassaladora que surge quase sempre sem aviso.

De resto, há dias em que Portugal me parece um país falido. Seja qual for o ângulo por onde o olhe, a frequência por onde o ouça.