Sou do Outono tardio. Dos dourados exuberantes, em fim de estação. Sou do Outono que
morre sem agonia num imprevisto de cores, em pinceladas lentas como
chuviscos, ou no vôo pendulado das folhas que tombam dos ramos. Sou do Outono em
metamorfose, com sabor a despedida. O Outono das nuvens que murmuram sombras aos ouvidos do Sol, e dos passos arrastados sobre tapetes de folhos.