quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

O tempo que empresto à leitura de poemas, ou de cartas, ou de contos, ou de crónicas tem, se não outra, a virtude de consentir uma ilusão breve de desordem. Posso ler o que vem por último antes de ler o que vem primeiro, o seguinte antes do segundo e assim não sucessivamente, e, na posse de tão frágeis embustes, posso, talvez, também fingir que ainda sou dona da minha vontade e senhora absoluta de todos os caminhos que levam a mim.