quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Festival Internacional de Música de Marvão

 



“Acredito que a música é muito mais do que entretenimento. Nem toda agente entende quão importante é termos a arte nas nossas vidas. Com o mundo a ficar cada vez mais difícil, a humanidade tem que se focar nos valores intemporais, em algo a que a próxima geração possa agarrar-se” (...) “É uma experiência enriquecedora que vai muito além de um momento agradável, porque, no contexto de Marvão, parece mais fácil as pessoas abrirem-se e receberem tudo mais intensamente. Isso é perceptível junto de quem fica aqui mais do que um dia: abre-se muito mais à beleza. Eu acredito verdadeiramente no belo”

Christoph Poppen


Não me lembro da última vez que estive no Marvão e acabei de ser atropelada por uma série de sentimentos contraditórios, entre o encantamento e a vergonha, não necessariamente por esta ordem: são escorregadios e ainda não consegui domesticá-los. Vergonha por não recordar ter ouvido falar alguma vez deste Festival, e o Encantamento é coisa que não se explica. Também há agradecimento e reconciliação, numa altura em que me sinto cada vez mais afastada deste país de pequeninos. De quando em quando perco-me de parte da parte de mim que aqui escreve. Estou num desses quandos.  

Também acredito verdadeiramente no Belo, e tenho memória da beleza de Marvão mesmo sem a música, mas vou tentar não perder a edição de 2023.