sábado, 31 de dezembro de 2022

Bom Ano Novo

Não tenho por hábito fazer balanços de fim de ano, e, menos ainda, uma lista de resoluções para os trezentos e sessenta e cinco dias seguintes: são muitas horas para planear e prever, e também vivo de improvisos. Mas, neste ano que ainda não terminou, tenho uma palavra; aliás, duas palavras, que formam um nome: Mahsa Amini. E Nika Shakarami, e Hadis Najafi, e Majidreza Rahnavard, e outro, e outro, e tantos outros, dessas mulheres e desses homens, não para falar de Morte, da sua morte, mas para falar de Vida e de Esperança: se há quem seja capaz de resistir arriscando a vida pela Liberdade de viver sem mordaça, o Mundo ainda tem conserto e importa celebrá-Lo. A coragem das Mulheres iranianas, insubmissas, rejeitando ser caladas, tapadas, abusadas, desafiando esses esbirros sinistros da moralidade (insuportavelmente hipócritas tantas vezes), são um exemplo de coragem, de bravura, daquilo que a vontade pode se ameaçada. As Iranianas, como as Afegãs que os terroristas talibãs proibiram de estudarem nas universidades e de trabalharem em ONG, de receberam os seus diplomas universitários, as que já tinham terminado os seus cursos, essas mulheres, como os homens que as apoiam e morrem por elas, são um farol de insolência que também merece exaltação e glória. Que 2023 seja também o seu ano. E, claro, que Vladimir Putin caia de podre.


Aos que passam por aqui, Bom 2023. Não se esqueçam de viver. Um dia de cada vez. Intensamente, como a Vida merece.