Claro
que a primeira culpa, no caos em Brasília, é de Lula e da sua corrupção, toda a gente sabe, não há corrupção no Brasil para lá de Lula e do PT. Os
que deixaram aquele rasto de destruição – com urina e fezes à mistura, que
classe – foram, como não podia deixar de ser, impelidos a por parte dos
seus superiores morais: é o esgotado discurso que pretende sempre desculpar o “nosso”
criminoso de estimação, arreliado pela irritante e irresponsável mania das vítimas
que insistem em pôr-se a jeito.
Não
sei de outros, mas, eu, sim, sinto-me um nadinha moralmente superior àquela
bando de alucinados e a todos os que os defendem, por acções ou omissões: é quase
enternecedor ouvir dizer que que Bolsonaro “não aplaudiu” o vandalismo de
Brasília – provavelmente, até o próprio se deve ter sentido enojado, a dada,
altura, e deve ser difícil incomodar um admirador de torturadores da ditadura
militar, rodeado de doidos que invocam ajuda extraterrestre com sinais de
luzes e acreditam que a Terra é plana, coisa que até podia ter alguma
utilidade: arranjava-se um barquinho, velejava-se até à bordinha do mundo e, em
lá chegando, bastava um empurrãozinho.
Não
há base de entendimento possível com que vive numa realidade alternativa; isto é
válido “à direita” e “à esquerda”, mas há uma diferença substancial entre
discutir com alguém que têm opiniões opostas à nossa sobre o mesmo assunto, e não
nos entendermos sequer quanto ao assunto.
Preciso
de voltar a isto de forma séria, até para honrar tão grande título, mas agora não tenho tempo.
Entretanto, cumprem-se 44 anos da primeira vez que os Xutos e Pontapés se apresentaram em palco. É fantástico.