Nunca sobram muitas palavras, para lá das declarações de circunstância, de espectacularidades várias e inconsequentes, para expressar o horror perante as tragédias mais devastadoras, sejam as naturais, como a que ainda paira e perdurará sobre a Turquia e a Síria, ou as mais infames, lavradas apenas pela má vontade dos homens, como a guerra de Putin sobre a Ucrânia, a agressão hedionda a um homem indefeso por uma matilha de adolescentes "bem enquadrados socialmente", ou o abuso criminoso e nojento de menores, dentro da Igreja Católica, por parte daqueles que tinham a obrigação da fé e da caridade, da tal palavra de Deus, da protecção e do amor ao próximo.
Não sei discutir se o problema que é muito mais
do que um problema dos abusos sexuais por esses padres miseráveis, predadores, tem muito ou
pouco a ver com o dever de celibato, mas tem de certeza a ver com a complacência
ignóbil e, muitas vezes, criminosa com que a Igreja, em primeiro lugar, sempre
fingiu não ver, não ouvir, não saber. É realmente impossível que tudo fique na mesma.