Hoje, o Anjo que, desde há anos e do Céu (às vezes acredito no Céu), vela por mim na estrada, tenho a certeza, porque me amou profunda e pacientemente num tempo em que eu nem
sabia bem o que era isso de amar – salvou-me (desta vez) do imbecil em marcha-atrás na auto-estrada, num corredor da via verde único, comigo atrás e a chegar. Há manobras tão estúpidas, tão estúpidas, que custam a crer.
Aqui
as noites têm sido mornas e silenciosas. Excepto pelo vento, em liturgias de
capela, soprando grave por entre os tubos enferrujados e sujos dos andaimes acabados
de montar na frente do prédio de quatorze andares. Uma vertigem. Juro que há
noites em que o meu vento canta assim