…vidros partidos e gente trancada na casa de banho. Esquecimentos, confusões, omissões, mentiras descaradas e pareceres da semântica. Mensagens por WhatsApp a autorizar indemnizações de meio milhão de euros, exonerações por telefone, tão bom e moderno e banal – há dias, contaram-me de um casamento de quinze anos, com duas filhas pequenas, que acabou por sms, lamento muito apaixonei-me por outra pessoa e vou viver para (não interessa nada), over and out –, tudo nesta comédia trágica da TAP e seus mosqueteiros há-de ser muito regular, eu é que não chego lá. Valha ao desgoverno de António Costa o papão do Ventura e Companhia, como, aliás, ele bem sabe e por isso não se cansa de os evocar. Ou invocar?
Alguém de quem gosto muito diz-me que o melhor remédio para acabar com aquele
partido de arruaceiros seria enfiá-los no Governo com uma pasta complicada, entre
as Finanças e a Saúde, e deixá-los mostrar do que não são capazes. Talvez, não
sei. Sei que o CHEGA me parece bastante mais inofensivo do que outros partidos congéneres
e André Ventura não é Donald Trump nem Santiago Abascal. É preciso um certo estômago
para aquilo, daí aqueles problemas abdominais que costumam adoecer Bolsonaro sempre que a coisa
fica preta para o lado dele (o vídeo em que questionava o sistema eleitoral
brasileiro depois da sua derrota foi, afinal, publicado por engano, era para si
mesmo apenas, claro, a sacanagem, para levar a bom porto, exige uma certa coragem).
Se isto não é uma degradação absoluta da nossa Democracia...