A
luz tomba, oblíqua, com a firmeza inclemente de mil espadas afiadas, atiradas por
entre os troncos longos dos pinheiros. Estilhaçam as sombras mudas, móveis, no
chão de musgo fresco. Teatro de sombras na tela branca do tempo que flui lento
entre as margens do esquecimento. A Natureza impõe o seu domínio, o silêncio vive
e vibra, dourado, indomado. Adormeço-me. O mundo é esse lugar sinistro, mas
resisto, recuso. Acredito.