Quando Joe Biden reapareceu como possível candidato do partido Democrata para um segundo mandato na presidência dos EUA, disse, por piada, que Michelle Obama, sim, daria uma boa candidata contra Trump (depois de um exagerado o quê?!, mas aquela gente é doida?, ou qualquer coisa assim). Ainda nos rimos muito cá em casa, mas foi numa época em que se falava, até, da Oprah, pelo que era uma tolice perfeitamente aceitável. De repente (não sei se de repente, não acompanho tão intimamente os meandros da política americana), o nome de Michelle Obama começou a surgir um pouco por todo o lado. Carmo Afonso (entretanto, dispensada pelo PÚBLICO, dizem que por razões obscuras) foi uma das pessoas que escreveu sobre o assunto, e, agora, o Expresso refere uma sondagem em que a antiga primeira-dama surge como a única “alternativa a Biden que venceria Trump”. E é mesmo capaz de ser a única alternativa a Trump. Vejo-a capaz como poucos – como poucas, no caso – de não se deixar intimidar por aquele modo grosseiro e desdenhoso. Não faço ideia da sua competência ou não para governar um país como aquele, ou outro que fosse, mas há muito que a escolha deixou de ser feita sobre tão elevados parâmetros.