sábado, 17 de maio de 2025


Lugares suspensos de uma geometria impossível, onde o tempo corre circular, livre, líquido, no limite do incumprido: é aí que te consinto. Há qualquer coisa de absurdamente sensual nesse intervalo de cinzas e sombra, na cartografia invisível da impermanência que me mantém alerta. Refúgios à margem de mim, antecâmaras de ecos sitiados que ressoam com a avidez de um arrepio no ventre, um travo de abandono predador que atravessa o vazio e suspende o verbo. A consciência do abismo. Fragmentos de um tempo antigo, quando todos os caminhos pareciam traçados sobre a minha ausência.