Lugares
suspensos de uma geometria impossível, onde o tempo corre circular, livre,
líquido, no limite do incumprido: é aí que te consinto. Há qualquer coisa de
absurdamente sensual nesse intervalo de cinzas e sombra, na cartografia
invisível da impermanência que me mantém alerta. Refúgios à margem de mim, antecâmaras
de ecos sitiados que ressoam com a avidez de um arrepio no ventre, um travo de
abandono predador que atravessa o vazio e suspende o verbo. A consciência do
abismo. Fragmentos de um tempo antigo, quando todos os caminhos pareciam traçados
sobre a minha ausência.