terça-feira, 11 de novembro de 2025

O Feiticeiro Oz

 


Não deixa de ser extraordinário, embora Oz Pearlman fosse incapaz de adivinhar, numa primeira vez, uma perfeita estranha, que a minha professora de matemática de décimo ano se chamava Balbina Cavalheiro Gomes, usava um ponteiro de aço para apontar teoremas com rigor militar, tratava-nos pelo número da caderneta, nunca pelo nome, excepto o Nuno, que se sentava atrás de mim, enrolava nos dedos o meu cabelo de seda e era o único capaz de tirar do sério a professora Balbina. Ou que adoro as maçãs vermelhas que me trouxeste, de um vermelho liso, líquido, tão pecaminoso que nem as lagartas do pomar se atrevem a violar.