quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Estão Todos Perdoados...

Tenho a mania que percebo de política e de políticos. É mais um daqueles temas sobre os quais tenho opinião, porque também tenho opinião sobre tudo, como sabem todos os que me conhecem. De modo que, quando estamos a ver e a ouvir notícias e eu começo a disparar em todas as direcções, o meu filho pergunta-me muitas vezes, Mamã, gostas daquele(a) senhor(a)?, ou, Mamã, achas que aquele(a) senhor(a) é sério(a)/competente/etc?

Vem isto a propósito de mais uma notícia sobre mais um autarca que, mais uma vez, não declarou ou não actualizou o que devia ter declarado ou actualizado.

Eu não sei como é que esta gente faz! Eu, por duas vezes, esqueci-me (mas esqueci-me mesmo, sublinho) de cumprir, a tempo e horas, com duas obrigações fiscais. Em ambos os casos, os esquecimentos saíram-me caro: quase 200 euros por ter entregue uma declaração de IVA fora do prazo e, não me lembro quanto, mas bastante menos, porque me atrasei um dia (um dia!) a pagar o IUC.

Parece que os “esquecimentos” para com o fisco (e para com a segurança social) só têm custos para alguns.

Eu não sei se Fernando Medina foi esquecido, negligente, pouco sério ou se, pelo contrário, fez tudo como devia. Só sei que me envergonha ver a complacência com que Portugal, na forma dos seus governantes e não só (afinal, somos “nós”, povo, que os escolhemos) encara a falta de despudor dos seus representantes. E envergonha-me que, da esquerda à direita, a falta de seriedade de quem ocupa cargos políticos, a falta de respeito pelas instituições, a leviandade com que se usufrui de dinheiros públicos, carregue ao colo, de bandeja, todos os “Isaltinos” deste país. Como se estivéssemos condenados a escolher apenas entre aqueles que subtraem só a seu favor e os que, espoliando-nos igualmente, ainda vão fazendo qualquer coisa pelos “outros”.