O ponto de exclamação é meu, mas “Chega” parece que é o nome
do próximo novo partido político português. André Ventura, para quem as ideias
de Bolsonaro são “refrescantes”, não suportou o calor, talvez, do PSD de Rui
Rio e vai avançar com uma “nova força política ao centro-direita”.
De momento, André Ventura ainda vai “apenas” pela defesa
do fim do casamento homossexual, pelo regresso da prisão perpétua para
homicidas e violadores e pela castração química de pedófilos, além da
diminuição (para 100) do número de deputados na Assembleia da República. Assim de
repente, com excepção da primeira, até parecem causas simpáticas e de encontro
ao desamor e descontentamento do povo. É capaz de ser suficientemente radical
para um país de brandos costumes, embora bem abaixo da fresca vitalidade do
companheiro Jair. Por enquanto.
Também por enquanto, André Ventura estará muito longe de
Marine Le Pen e de Matteo Salvini que, ontem, apelaram a uma “revolução” nas
próximas eleições europeias, em Maio de 2019. Mas, talvez fosse melhor não
subestimarmos aqueles que vêem o futuro, nomeadamente, o da Europa, sem os
valores democráticos que tanto custaram a construir. Por muito insignificantes
ou ridículos que nos pareçam à primeira vista, porque já vimos até onde isso
nos pode levar.
Matteo Salvini, segundo li num jornal de referência,
saudou a vitória de Jair Bolsonaro na primeira volta das eleições presidenciais
no Brasil. Que palavra teremos nós a dizer?