sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Inadvertências...

Inadvertidamente, algumas deputadas validaram as presenças de outros colegas deputados. Desconhece-se se o género, aqui, é importante; se no Parlamento, os inadvertidos serão todos femininos e os fantasmas masculinos ou é ao contrário. Ou nenhuma das duas. Os anjos, sabemos que não têm sexo, mas, quanto ao género, há imensas dúvidas e não consta que o Parlamento tenha anjos. Nem virgens, em nenhum dos géneros, que, sobre isso, já fomos contundentemente esclarecidos. Adiante.

Absolutamente seguro de que não terá cometido, nunca, qualquer inadvertência, mesmo não sendo virgem, eventualmente, Carlos César garantiu que, no PS, não há lugar para deputados fraudulentos. Até para praticar fraude, é preciso arte. Em não se sendo competente artífice, pode sempre ter-se a sorte de nascer nas ilhas. Mas, uma vez mais, não está ao alcance de todos. No PS, não há espaço para deputados fraudulentos. O facto de se receber subsídios por viagens de avião que não se fizeram parece que não é bem fraude. Podia ser eticamente reprovável, mas não inadvertidamente, não sejamos deselegantes.

Não sei se porque pintam as unhas, aproveitam para pôr o sono em dia, ou para discutir as últimas do futebol, muitos são os deputados e deputadas distraídos durante os trabalhos parlamentares. De modo que, inadvertidamente a deputada que carregou no botãozinho por Feliciano Duarte, também já o fez "muitas vezes por vários outros colegas". Inadvertidamente, aposto. E, aparentemente, não é exclusivo da bancada do PSD, "que atire a primeira pedra quem não sabe que isto acontece". Vejam lá, não vão, inadveridamente, acertar nas virgens. Entretanto, a mesma deputada que, inadvertidamente, claro está, validou ausentes presenças de Feliciano Duarte no Parlamento faz parte do Conselho de Jurisdição do PSD, que tem a responsabilidade de analisar estes casos. Portanto, em princípio, manter-se-ão as virgens e não deverá haver arremesso de pedras. Ou ao contrário, e teremos uma hecatombe inadvertidamente anunciada.

Mas, desengane-se quem pensa que só por cá há desatentos crónicos. Em terras de sua majestade, Boris Johnson admitiu não ter declarado em devido tempo uns milhares de libras de rendimentos com livros e artigos em jornais. Pediu desculpa e explicou que o fez inadvertidamente. Nove vezes ao longo dos últimos 12 meses…mas, por lá, parece que também já houve quem jogasse "candy crush" enquanto se discutiam problemas do reino, por isso...dizem que o jogo é viciante.

É evidente que, mesmo no que a inadvertências diz respeito, não somos todos iguais (suponho que o mesmo se passe com o irrevogável). Aqui há uns anos, tranquilamente, fui de férias e, inadvertidamente, esqueci-me de entregar a tempo a minha declaração periódica de IVA. Prontamente mo lembraram. Com uma multa de quase 200 euros que, infelizmente, lá tive que pagar…