Acreditar que Donald Trump está preocupado com uma crise
humanitária, é o mesmo que acreditar no Pai Natal, e eu já tenho mais de 7
anos. Apesar do tom quase cordato com que manifestou a sua inquietação, o que
Trump quer, já toda a gente sabe, como diria alguém, era escusado a Sala Oval,
o outfit e as fotos de família.
O que fazer, realmente, com os milhares de pessoas, entre
elas, crianças, que fogem dos seus países em busca de algo mais do que
sobreviver? Não podemos acudir a todos, socorrer todos, ajudar a todos. Mas,
são pessoas. Como nós. Era tão simples, se fossem diferentes de nós.
Piores do que nós. Bastava construir um muro, escorraçá-los como
aos cães vadios, devolvê-los à sua pátria, reduzi-los à sua miséria, como bem
mereceriam. Se não fossem como nós. E, aí, acabava-se com a
delinquência, com o crime, com o tráfico de drogas, com as doenças, enfim, com
todos os males que trazem os que não são iguais a nós. Seríamos,
finalmente, felizes para sempre. Grandes, outra vez. Basta acreditar…