segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Sobre histerismos e algo mais.

Como gosto de ler Miguel Sousa Tavares, no EXPRESSO, mais do que de o ouvir, não posso deixar de lamentar a burrice – vou conceder-lhe, antes, a burrice – do desabafo expresso no seu último artigo: "naquele clube de histérico-feministas/bloquistas da Universidade Nova, de Carcavelos", para repudiar uma hipotética intenção (que não é intenção nenhuma, que se saiba) do BE, na pele da mal-amada Mariana Mortágua, de nos atirar com outro imposto extraordinário para ricos, daqueles ricos em que me incluo e, portanto, percebo bem a indignação do Miguel.

Li e não gostei; depois, meteu-se tanta coisa pelo meio que me esqueci de que não tinha gostado – gostei mais do resto do artigo e deve ter sido suficiente – e lembrei-me hoje; ou melhor, lembrou-mo a Ana Sá Lopes.

Assim sendo, aproveito para também dizer qualquer coisa de inútil sobre o senhor professor doutor Francisco Aguilar, a Faculdade de Direito de Lisboa, a deputada Hortense, os juízes e o Parlamento. Podem não ser todos iguais, mas que parecem, parecem. O pior mal que toda esta gente faz à democracia é precisamente este: à custa de tanto e tanto descaramento e falta de ética – da ética de que só se lembram quando a coisa aperta nas redes sociais; aí, é salamaleques para cá, salamaleques para lá, por quem são, por quem somos, ora essa e mais não sei quê para português ver – começamos mesmo a não ver diferença alguma. É como as bruxas. Por princípio, não se acredita, mas, depois, é o que se (não) vê...