Lá houve debate.
Entre os dois candidatos ao cargo de Presidente dos EUA, quero dizer. Muito menos caótico
do que o primeiro, o que não era muito difícil. Ou, se calhar, até era; nunca
se sabe bem o que vai na cabeça bem (nem por isso) penteada e laqueada (de laca, sem outra maldade) do bulldozer narcísico, irado e
vingativo que ocupa a Casa Branca, actualmente. Mas, enfim, conseguiu-se qualquer
coisa de decente. O suficiente para os que precisavam de uma pequenina desculpa
para não terem vergonha de dizer vêem?, o homem não é tão mau como o pintam
poderem dizer vêem?, o homem não é tão mau como o pintam. Tal como aconteceu em 2016. Já os que são
exactamente como ele, não precisam de desculpas. Nem de debates.
De resto, Trump foi Trump. Com ele é tudo beautiful people, great guys, sucesso tremendo e billions and billions de lucro, e com Biden é tudo ugly, terrible people, corrupção do piorio, negócios por esclarecer e billions and billions de prejuízo. Enfim, um homem cheio de si próprio, para não dizer uma asneira.
De qualquer forma, olha-se para aquilo e é como enfiar um punhado de areia na boca. A sério que os Democratas não conseguiram mesmo um candidato melhor para enfrentar a Besta?
Ah, e também houve Abraham Lincoln. E Donald Trump é a pessoa menos racista,
já não me lembro se do mundo, se do planeta. Não interessa nada, como tudo o
que escrevi até agora. Quem quiser conclusões, veja o debate e tire as suas. Eu
nem sou americana e, por cá, já temos problemas que chegue. E debates, também.
E, precisamente, por falar em debates. Depois do susto – ou do boato –, José Gomes Ferreira lá regressou ao “Negócios da Semana” com um tema que devia dar mais debates, mais programas de televisão e mais artigos de jornal: a corrupção. A estratégia de combate à corrupção. Tanta gente assustada com a possibilidade de haver uma tentativa de afastar outra voz incómoda para o regime e nem uma vírgula sobre o que ali se disse. Que eu tenha visto, pelo menos, mas tenho visto pouco, por estes dias. Ainda assim, com a bazuca pronta a disparar – e depois do momento corneto (dois para ti, três para mim e a vida sorri para alguns, os do costume) que foi a eleição para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional –esperava uma comoção nacional generalizada. Mas não aconteceu nada que causasse espanto. Afinal, Portugal não é nada um país corrupto. Quem o afirma são só os populistas como a Ana Gomes. Os populistas como o André Ventura têm desculpa porque são anti-sistema.
E mais coisas, mas, de momento, não tenho tempo.