quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Ainda sobre as escolas

As escolas vão fechar. Não há alternativa. Há um clamor sobre a exigência dessa medida e o Governo acabará por ceder.

A discussão em torno do tema está, como quase sempre, inquinada. A "teimosia" em manter as escolas abertas terá pouco a ver com afirmações de força política, neste momento. Digo eu, pelo que, vale o que vale, ou seja, nada. Mas, como estou de costas voltadas para este Governo há muito e o meu filho é uma criança privilegiada também no que toca ao ensino, atrevo-me. 

Só não percebe quem não quiser perceber a diferença abismal no "sucesso" do ensino à distância quando comparamos as realidades (sociais, económicas e todos os demais "indicadores de" que quisermos comparar) das crianças e jovens que constituem o nosso tecido escolar. Fechar as escolas e continuar com o ensino à distância é condenar ao abandono todas as crianças mais pobres para quem a escola representa o melhor do seu mundo e isso é muito mais do que aprender ciências, português, história, etc. Já muita gente, muito mais capaz do que eu, o afirmou, embora eu o tenha visto e vivido na primeira pessoa junto de alunos que acompanhei no confinamento passado.

Fechando as escolas, o único passo decente seguinte seria suspender as aulas.  Mesmo. E prolongar o final do ano lectivo, com o consequente rearranjo do calendário de exames, no caso de ainda vir a haver exames. Não há outra forma.