"Não há corpo igual.
Não há cheiro nenhum no mundo que colmate o meu vício por ti. Não há tragédia
igual. Drama incorruptível.
O tamanho de tudo, encaixe perfeito, a dimensão do
conjunto e a distância entre opostos.
O que aporto eu? Flores. Mecanismos para deliciar. Sorrisos repartidos ao
pôr-da-lua. Fazer ver a leveza do mundo, afinal. São flores que eu aporto. A
minha caneta, o meu lápis, a tua vida no meu caderno-para-sempre. Votos de mar
a vida inteira.
Leva-me. Está a ficar escuro. Tenho tudo tão pertinho.
Há uma pornografia íntima nisto nosso. Dá água na boca."
Patrícia Baltazar